Um pouco ausente

Então, já devem saber que estou trabalhando também em campanha política, trabalhei toda a pré-campanha em paralelo minhas atividades na agência de publicidade na qual trabalho, ainda tentando vender livros, escrevendo no blog e principalmente lendo os blogs massas que tem por aí.

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Eu em ação fazendo a cobertura ainda na pré-campanha

Agora o bicho pegou, vou me dedicar exclusivamente nesses dois meses a campanha do meu candidato a prefeito, nunca tinha trabalhado com isso antes, mas como fui desafiada né, aceitei, mas é principalmente por ideologia.

Minha cidade tem tudo pra ser mais organizada e oferecer melhor qualidade de vida aos moradores. Porém nossa realidade é outra, uma cidade com 150 mil habitantes e não possui sistema de esgotamento sanitário, educação de qualidade é lenda e se necessitamos de atendimento médico é necessário mendigar para vereadores e cabos eleitorais para conseguir uma ficha, pois as fichas que são disponibilizadas para a população são poucas para assim favorecer os conchavos políticos. Convivemos aqui com lixo e esgoto nas portas das residências, comércios e hospitais.

Bom, nunca usei o blog para esse tipo de assunto, caberia, pois não faltam denúncias de corrupção, descaso com a população, enfim... bagaceiras, mas a gente já sofre tanto na realidade que quero mais é falar de assuntos mais leves e tentar rir da vida.

Durante esse período que ficarei ausente do blog, vou juntar as boas histórias pra contar aqui assim que eu puder, pois resenha é o que não falta nesse período que a cidade pega fogo. Vou sentir falta da net, como vicia isso né. Mas existe um propósito que eu acredito e não adianta ficar só reclamando, arregacei as mangas e vou à luta para chegarmos à vitória e cobrar que recuperem essa cidade e a dignidade do nosso povo.

Acredito que esse candidato para quem estou trabalhando possa fazer isso, pois já foi prefeito por dois mandatos e realmente mudou a cara da cidade, trabalhou pesado, realizou grandes obras, pena que os sucessores não deram continuidade ao que ele iniciou. O conheço de longa data, é amigo da minha família há 40 anos, sempre foi assim trabalhador, leal e realmente tem compromisso com a população, se candidatou por pressão popular, por ele mesmo não voltava à vida pública mais, já serviu à Barreiras e como ele costuma dizer “política não é profissão”, porém o povo o intimou e aqui estamos para auxiliar nessa batalha.

Um grande abraço e até a volta, que pode ser a qualquer momento.

despedida

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A sutileza da cantada

Ai ai, a terceira idade me diverte, meu pai tem 73 anos e não tem quem diz, parece garotão, não só fisicamente como também nas atitudes, digamos irresponsáveis. Como ele costuma dizer:

- Antigamente era falta de juízo, agora é caduquice.

Meu avô materno tem 97 e é uma resenha, tem uma cabecinha privilegiada, se lembra de tudo, datas, nomes, acontecimentos, enfim... tudo. E é muito engraçado também. Bobo quem for puxar conversa com meu pai ou meu avô sobre doença, aposentadoria, essas “besteiras”, como eles dizem. Eles são antenados, viveram muita coisa, continuam ligados em tudo o que acontece e têm raciocínio rápido. Tanto meu pai como o meu avô têm sempre uma piada na ponta da língua e como a maioria de sogro e genro que conheço, os dois não se dão muito bem, tratam-se educadamente na medida do possível, o que nos garante muitas risadas na família, mas o post não é sobre eles, prometo que em outra ocasião conto de onde vem a rivalidade dos dois.

Como eu ia dizendo, antes de dá essa volta atrás da serra pra chegar aqui, o post é sobre essa galera massa da terceira idade, além do velhinho que ganha de mim na corrida pelas mangas, conheci uma senhorinha boa de cantada. Sim, meus caros essa dama me vingou e vingou todas as mulheres que recebem essas cantadas toscas de muito mau gosto.

Estava eu e o amigo cinegrafista, diga-se de passagem, gato, de verdade. Ele é um lindo moreno de 1,80m no mínimo, forte (o mesmo do episódio da bermuda rasgada no dia que fomos filmar o incêndio) aí né como estava falando (lá vou eu na serra novamente) estávamos num povoado pra cobrir um evento religioso tradicionalíssimo aqui na região, a Festa do Senhor dos Aflitos no povoado Cantinho.

É tanta gente que vem em romaria de tudo quanto é lugar, que é necessário estacionar os veículos na estrada e seguir a pé, pois o povoado não comporta a quantidade de carros. Eu e o colega ficamos na sombra de uma árvore olhando o movimento dos fiéis, antes do bispo iniciar a missa campal, quando vem em nossa direção uma senhora que é mãe do nosso motorista e ele nos apresentou, disse que ela tinha 81 anos e é uma veínha muito saudável e espiculenta (curiosa).

veinha

Feitas as apresentações, ela ficou de papo comigo, mas olhando muito para o meu colega cinegrafista. Reparou na aliança da mão esquerda dele e me perguntou:

- Ele é seu marido?

Eu respondo:

- Não, somos colegas de trabalho.

Ela comenta:

- Eita que a mulé desse homi lindo deve ser muito satisfeita.

Eu tiro onda:

- É verdade, um homem desses é onde a mulé vai e num volta mais. (risos)

A senhora tira muito mais onda que eu e deixou o meu amigo e todos em volta sem graça:

- É mesmo, aí podia subir como descer que eu não desapeava dele.

Gente, gargalhei né e o colega ficou vermelho, acho que até a Rita Cadilac ficaria de bochechas rubras com essa declaração.

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Levando olé da terceira idade

Há duas semanas que não estou tendo tempo, nem vontade pra preparar minha marmitinha, daí que o restaurante da prima da minha mãe é pertinho do meu trabalho e sem contar que a comida é uma delícia, comidinha caseira no capricho e num precinho bacana. Eu, como dizem as más línguas, adoro uma mordomia.

Então, no caminho para o restaurante tem uma mangueira que as galhas caem para fora do muro da residência, e já estamos no período dessas delícias suculentas. Daí todo dia, enquanto eu estou indo ao restaurante, um senhorzinho de uns 70 anos faz o caminho oposto de mim, se abaixa, pega as mangas na calçada e vai embora todo faceiro. Todo dia tem uma, duas e até três mangas na calçada.

Dia desses cheguei bem antes dele e catei uma manga, só tinha uma nesse dia e ó, que manga docinha, manga espada, foi minha sobremesa. Final da tarde minha barriga ficou estranha, parecia que tinha um ser alienígena dentro de mim, não deu outra, a manga queria sair de todo jeito, só pode ter sido praga.

Sou teimosa e dias a fio corro pra catar manga e o danado do velhinho já passou e levou MINHAS MANGAS bem antes de mim! Será que um dia conseguirei vencer essa corrida?

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Dependência química

Preciso confessar algo a vocês, sei que isso pode influenciar na nossa relação, meus pais se sentiram envergonhados, pessoas me viraram as costas, serei considerada um mau exemplo para os pequenos, mas é mais forte do que eu.

Eu sou uma dependente química, quer dizer, eu não. Meu cabelo é dependente químico.

Gente, como pode a pessoa ser refém de salão como eu? Não é que eu goste de ficar lá horas e horas sendo torturada, estica, puxa, queima. Mas essa coisa que cobre meu pequeno cérebro me atormenta há anos.

Minha mãe tem cabelo lisinho, os cabelos de meu pai não são crespos, mas a mãe e a avó dele nos deixaram essa herança terrível. Eu e minhas duas irmãs sofremos do mesmo mal, ainda bem né, já pensou se uma de nós tivesse cabelo liso, essa altura já estaria careca de tanto que eu ia levar puxão de cabelo pela vida a fora.

Segundo minha mãezinha e as fotos que comprovam isso, minhas irmãs tinham os cabelos bem lisos, daí uma tiveram sarampo e ficou naquela morre não morre e... escaparam. Menos os cabelos, que caíram e depois nasceram crespos. Já eu, quando criança, meu cabelo era apenas cacheado, diz minha mãe que foi mão ruim de alguém que cortou meu cabelo e ele mudou completamente, ficando crespo e pior, fininho.

Só sei que a sina é triste, cresci ouvindo que meu cabelo é ruim pelas primas e coleguinhas cruéis. Pra completar, minha mãe nunca soube cuidar dos meus cabelos, então cai na química desde cedo nos salões da vida.

Já fiz de tudo, alisamentos, relaxamentos, banhos disso e daquilo, permanente afro, escovas de todos os tipos, cores e sabores, progressiva, definitiva, selagem, realinhamento, já quase fiquei careca, só nunca pintei meus cabelos e tudo isso na verdade é uma bela porcaria, nunca vi nada disso prestar, fica bonito apenas naquele dia e pronto.

Tentei ficar “limpa”, mas não tenho paciência, já que pra pentear era preciso um chicote pra domar a rebeldia dos meus preciosos fios. Meu sonho é que um cientista bondoso, lindo, iluminado crie uma cápsula que ao ingerir, o cabelo nasça mais molinho. Serei cobaia do invento numa boa, nem me preocupo com os efeitos colaterais.

Agora, de verdade, antes crespo do que careca, e outra, cabelo nenhum é referência de inteligência ou bom caráter, tem neguinha que joga cabelo pra lá e pra cá e não vale o que o gato enterra. Deixa-me cá com minhas madeixas que uma hora eu acerto num tratamento milagroso, agora idiotice, preconceito e ignorância não tem jeito.

É como dizem, RUIM É O PRECONCEITO!

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A arte de conviver bem

dr house

Então minha meia dúzia de leitores, coisa difícil é a tal da convivência né. É gente de todo jeito, de tudo que é tipo de temperamento e daí que você é obrigado a suportar certas chatices dos outros pela paz mundial.

Não que eu esteja de mau humor hoje. Estou.

Mas né, tem gente que é chata demais.

Uma das falhas de caráter que me irritam numa certa pessoa é a gabolice. Gente que se acha esperta demais, mais inteligente que todo o resto do planeta, a mais perfeita, a que faz tudo melhor que todo mundo e pra completar a cereja do bolo de pequi, se diz uma pessoa muito, mas muito, muito humilde. Ah vá, cejura?

Existe um ditado assim: Quem não se gava, o Zeca gava.

É bem por aí o que eu penso.

Na boa, eu tenho vontade de sacudir a criatura e dizer que ela é só uma bostinha como qualquer um, que tem defeitos como qualquer um, que vai morrer e feder como qualquer um.

Pior que não posso realizar esse desejo ainda, mas chegará o dia e aí vai ser uma comemoração geral, pois ninguém aguenta mais a criatura, não pensem que apenas eu penso assim, n.i.n.g.u.é.m.s.u.p.o.r.t.a.m.a.i.s.a.p.e.s.s.o.a. Como espelho e semancol fazem falta para algumas pessoas né.

Agora o pior de tudo é ter que ouvir as mesmas histórias sempre, ouvir as mesmas piadas sem graça sempre e ainda por cima a criatura costuma abrir o bocão e dizer que é difícil encontrar gente que tenha um papo legal. Alô voz da sabedoria, é tu que é muito mala, chata, insuportável, você não alugou ouvido de ninguém pra ficar toda hora falando as mesmas bobagens e querer que a gente ouça, concorde ou ache graça em babaquice, mané.

Aff, precisava desabafar.

Pronto, agora me sinto melhor… bem melhor!

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Literalmente em cima do muro

Então, fui fotografar um incêndio num terreno de num hospital, aí subi no muro de uma residência. Tô lá clic, clic, quando as chamas aumentaram. O fogo chegava a uns quatro metros ou mais (com exagero e tudo), pior que o fogo estava vindo em minha direção, fiquei na dúvida se pulava do muro e quebrava a perna ou o pé, ou se ficava em cima do muro pra ser tostada. Senti o calor do fogo bem próximo do meu rosto. Mas aí um vento heroico soprou e mudou a direção do fogo.

Passado o susto, desço calmamente do muro e chega a cavalaria, meu parceiro cinegrafista e o nosso motorista. O cinegrafista sobe no muro pra filmar o incêndio, agora já quase controlado pelos bombeiros, enquanto eu converso com um morador que será nosso entrevistado (esse morador, inclusive já teve a cozinha incendiada por fagulhas vindas desse mesmo terreno, há quatro anos e ficou com prejuízo de aproximadamente quatro mil reais), de repente o cinegrafista grita d-e-s-e-s-p-e-r-a-do:

- LUCIANA!!!!!!!!

Antes de olhar na direção dele, pensei “caiu ou o fogo recomeçou e ele virou churrasquinho”. Daí quando olho pra ele, lá está em cima do muro com uma mão na bunda e a outra estendendo a câmera pra minha direção, eu pergunto o que foi e ele:

- Minha bermuda rasgou!

Eu penso “frouxo”, eu passei um aperto danado e fiquei caladinha, não dei um pio e esse cavalão grita porque rasgou a bermuda... tenha dó.

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