No oeste da Bahia, um prato típico e muito apreciado é a galinha caipira com pirão. É uma delícia mesmo, adoro.
Alguns anos atrás, o marido da minha tia, o Zezo, que morava em Brasília, estava aqui na região a trabalho, daí foi até o Arraial da Penha, distrito de Barreiras, mais conhecido por Buracão, e lá recebeu um convite para almoçar na casa de um morador. Zezo aceitou o convite e aguardou ansioso pela hora do almoço, já que o prato seria uma “galinha arrepiada”. Ele imaginou que a tal galinha arrepiada, era a galinha caipira e talvez naquele distrito chamassem de maneira diferente.
Na hora marcada, o Zezo foi até a casa do anfitrião, sentaram-se à mesa. A dona da casa colocou os alimentos: arroz, feijão de corda, farinha e cortadinho de maxixe com carne seca.
Zezo aguardou pela galinha e nada, todos começaram a se servir. Ele então perguntou pela galinha, para sua surpresa o anfitrião mostrou o cortado do maxixe.
Pela sua aparência, o maxixe é comumente chamado de galinha arrepiada em alguns distritos. Com fome e decepcionado, restou ao Zezo comer o cortado de maxixe, mas que para sua sorte, estava uma verdadeira delícia.
De outra vez, um vaqueiro amigo de meu pai, foi almoçar na casa do gerente da firma, na qual trabalhavam. O gerente disse que teriam uma sopa dourada para o almoço. Logo o vaqueiro se animou, nunca tinha comido essa iguaria.
Ao sentarem à mesa, composta de arroz, feijão, farofa, macarrão, carne cozida e cortadinho de abóbora.
O esfomeado vaqueiro disse que só iria comer a sopa dourada, a cozinheira serviu o prato dele apenas com o cortado de abóbora. Ele ficou a olhar o prato cheio de abóbora, enquanto os outros eram servidos de tudo um pouco do que tinha na mesa.
Sentado ao lado do vaqueiro, estava meu pai, que virou pra ele e perguntou se ele ia comer só a abóbora mesmo, o vaqueiro respondeu que não sabia que a sopa dourada era abóbora e pior que aquilo dava muita azia nele, mas ia comer só por desaforo.
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