Eu sou bem caseira, mas quando caio na gandaia ninguém me segura, noite passada foi bem assim. Eu, as minhas amigas e coautoras do livro Um rio de histórias, Jackeline e Ana, juntamente com mais três amigas, Léa, Marla e dona Railda, fomos a um barzinho prestigiar o show de Rodrigo Rocha, namorado da Jack. A noite já seria maravilhosa pelas companhias e pelo som, pois Rodrigo manda bem demais, mas juntando esse rebanho de mulheres, somando chopps, é certeza de muitas resenhas e gargalhadas.
Pra começar, a música que Rodrigo dedica pra dona Railda: Malandragem (Cássia Eller)
Quem sabe eu ainda
Sou uma garotinha... (a senhora vai ser sempre)
Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem (mais? Quem vai te aguentar)
Pois sou criança (a 3ª idade é uma segunda infância mesmo)
E não conheço a verdade (e nem quer conhecer)
Gente, a véia pirou, se acabou de dançar, batia palmas adorou a homenagem, pois dona Railda com seus 63 anos é na verdade uma garotinha muito louca, louca nada, ela é bem consciente que a vida é pra viver intensamente e com um sorrisão no rosto, qualquer hora eu vou fazer um post apresentando essa maluquete.
Bom, voltando a noitada, eu peço uma música pra Rodrigo. Eu doida pra ir ao banheiro e me segurando, queria ouvir minha música e o mala me enrolando, não resisto, vou a banheiro e passo perto e dou uma piscadinha e faço um gesto: nós dois mais tarde, a galera das outras mesas devem ter pensado “hum que piriguete, dando em cima do cantor” hahaha, só que o mala do cantor entendeu meu gesto de que eu queria que minha música fosse a próxima, aí tô lá fazendo meu pipizinho quando ouço:
Um girassol nos teus cabelos
Batom vermelho, girassol
Morena flor do desejo
Ah, teu cheiro em meu lençol!
Caraca! Queria voltar correndo, só que não era um pipizinho e sim um PIPIZÃO, na boa quase me mijei toda.
E dona Railda vendendo nossos livros de mesa em mesa, pronto tá contratada, será nossa vendedora oficial e vai com a gente em todas as viagens.
Léa estava do meu lado e vejo a etiqueta enorme da blusa dela aparecendo, eu tento esconder e ela arranca de uma vez e diz: “Tira essa porra logo, vai quem tem cliente minha aqui e acaba pensando que uso as roupas da minha loja e depois coloco lá pra vender.” Hilário, não duvido Léa, você sendo filha de dona Railda eu espero qualquer coisa.
Pedir músicas para Rodrigo era detalhe a parte, se a gente mandava bilhete, ele nem dava bola, o jeito era fazer gesto. Saía cada gesto tosco, imagine aí: manga rosa, abre a rodinha, malandrinha, Pretty Woman. Rodrigo se acabava de rir e evitava olhar pra gente, mas a galera das outras mesas curtia, pedia junto e levantava pra dançar quando nós éramos atendidas. Sérião, se Rodrigo nunca mais nos chamar pra um show dele eu não vou entender nunquinha.
E os garçons nos ignorando, a gente ficava um tempão de bico seco, pedia bebida e nada de nos servir, dona Railda diz: Agente tem cara de pobre lascado. Nem era culpa dos garçons, o lugar estava lotado, por eles sentavam com a gente tomando umas e rindo das nossas conversas, mas alguém tinha que trabalhar né.
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