A sutileza da cantada

Ai ai, a terceira idade me diverte, meu pai tem 73 anos e não tem quem diz, parece garotão, não só fisicamente como também nas atitudes, digamos irresponsáveis. Como ele costuma dizer:

- Antigamente era falta de juízo, agora é caduquice.

Meu avô materno tem 97 e é uma resenha, tem uma cabecinha privilegiada, se lembra de tudo, datas, nomes, acontecimentos, enfim... tudo. E é muito engraçado também. Bobo quem for puxar conversa com meu pai ou meu avô sobre doença, aposentadoria, essas “besteiras”, como eles dizem. Eles são antenados, viveram muita coisa, continuam ligados em tudo o que acontece e têm raciocínio rápido. Tanto meu pai como o meu avô têm sempre uma piada na ponta da língua e como a maioria de sogro e genro que conheço, os dois não se dão muito bem, tratam-se educadamente na medida do possível, o que nos garante muitas risadas na família, mas o post não é sobre eles, prometo que em outra ocasião conto de onde vem a rivalidade dos dois.

Como eu ia dizendo, antes de dá essa volta atrás da serra pra chegar aqui, o post é sobre essa galera massa da terceira idade, além do velhinho que ganha de mim na corrida pelas mangas, conheci uma senhorinha boa de cantada. Sim, meus caros essa dama me vingou e vingou todas as mulheres que recebem essas cantadas toscas de muito mau gosto.

Estava eu e o amigo cinegrafista, diga-se de passagem, gato, de verdade. Ele é um lindo moreno de 1,80m no mínimo, forte (o mesmo do episódio da bermuda rasgada no dia que fomos filmar o incêndio) aí né como estava falando (lá vou eu na serra novamente) estávamos num povoado pra cobrir um evento religioso tradicionalíssimo aqui na região, a Festa do Senhor dos Aflitos no povoado Cantinho.

É tanta gente que vem em romaria de tudo quanto é lugar, que é necessário estacionar os veículos na estrada e seguir a pé, pois o povoado não comporta a quantidade de carros. Eu e o colega ficamos na sombra de uma árvore olhando o movimento dos fiéis, antes do bispo iniciar a missa campal, quando vem em nossa direção uma senhora que é mãe do nosso motorista e ele nos apresentou, disse que ela tinha 81 anos e é uma veínha muito saudável e espiculenta (curiosa).

veinha

Feitas as apresentações, ela ficou de papo comigo, mas olhando muito para o meu colega cinegrafista. Reparou na aliança da mão esquerda dele e me perguntou:

- Ele é seu marido?

Eu respondo:

- Não, somos colegas de trabalho.

Ela comenta:

- Eita que a mulé desse homi lindo deve ser muito satisfeita.

Eu tiro onda:

- É verdade, um homem desses é onde a mulé vai e num volta mais. (risos)

A senhora tira muito mais onda que eu e deixou o meu amigo e todos em volta sem graça:

- É mesmo, aí podia subir como descer que eu não desapeava dele.

Gente, gargalhei né e o colega ficou vermelho, acho que até a Rita Cadilac ficaria de bochechas rubras com essa declaração.

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

2 comentários:

Palavras Vagabundas disse...

Lu,
gostei da velhinha! Não deixe de contar suas peripécias com a terceira idade1
bjs

Mundo da Lu Roque disse...

Então Jussara, possivelmente vou abandonar meu bloguinho por uns tempos snif, já anda meio complicado postar por falta de tempo, mas sempre que der, passo por aqui pra contar o que anda acontecendo, bjs e obrigada pela visita.

Enviar um comentário