Tem um certo amigo que me chama de Lu das Porteiras, explico, sou filha de Quim das Porteiras e neta de Joaquim das Porteiras [falecido, que Deus o tenha] aí esse meu amigo resolveu me apelidar, como se fossem poucos os meus apelidos hahaha.
Mas nosso sobrenome é Roque, então de onde vem esse tal Porteiras?
Voltando a mil novecentos e bolinha...
Meu avô, Joaquim Roque, era o encarregado de uma das fazendas da Sertaneja Agropastoril, sediada em São José do Rio Grande, distrito de Riachão das Neves. Essa fazenda pertencia ao ilustre engenheiro Geraldo Rocha e se chamava: PORTEIRAS. Advinha, o pessoal lá de São José apelidou meu avô de Joaquim das Porteiras, o qual todos nós netos, carinhosamente o chamávamos de 'pai véi'.
Joaquim das Porteiras teve cinco filhos sendo um único homem, cabra macho, o meu pai: Joaquim Roque Filho. Novamente advinha, meu pai já tinha o apelido de Quim, então acrescentaram a alcunha Porteiras, ficou Quim das Porteiras.
A fazenda Porteiras nem existe mais, sobraram apenas a fileira de pés de manguba. E meu caro amigo parece que não quer deixar o apelido esquecido e quer por que quer que eu herde, mas vamos deixar isso para os machos da família, pai véi já se foi, mas Quim taí firme e forte.
Esse negócio de apelido pega mesmo e lá em São José colocar apelidos é como um esporte. Muitas vezes é por conta de uma deficiência física, ou um algum acontecimento fora do comum. Por exemplo, lá tem a 'Caguei e cago', isso mesmo, ela faz e confirma. Tudo aconteceu durante uma festa, essa senhora já bem pra lá de bêbada, resolveu, digamos se aliviar ali mesmo, num cantinho do salão de festa. O problema é que desse jeito minha senhora, não tem como exigir privacidade, então virou uma resenha a galera que viu a cena gritava:
- Ei cagona!
E ela respondia:
- Caguei e cago, chega a boca deixa eu cagar.
E assim nasceu mais um singelo apelido naquelas paragens. Como são vários e alguns merecem um texto à parte, vou revelando aos poucos.
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