Além de ter brincado muito na infância, ter vivido algumas aventuras com meu pai, outra coisa marcante da época de criança era o cuidado que minha mãe tinha comigo. Ela tinha especial cuidado e paciência era com minha alimentação, eu era chata pra comer, muito magrinha, minha mãe catou todos os pediatras de Barreiras tentando encontrar um jeito de me fazer com que eu me alimentasse melhor e engordar, nada funcionou. Mas aprendi a comer de tudo mesmo não gostando de beterraba, couve, fígado, espinafre essas coisas saudáveis, mas que na época tinha gosto muito ruim. Hoje não existe alimento que eu não coma, inclusive jiló.
Acredito que por ser a caçula e magricela, minha mãe me protegia sempre dos meus irmãos, principalmente de Ró, mais velho que eu três anos, um chato. Ele me atentava muito, tinha vergonha de dizer para os colegas dele que eu era irmã dele, machista que só ele. Ele enchia tanto minha paciência que acabava a gente brigando feio, de rolar pelo chão, aí minha mãe apartava a briga e batia sempre primeiro nele e me deixava por último, era minha chance de correr e fugir da surra.
Já adulta, minha mãe confidenciou que fazia isso de propósito mesmo, pois eu era tão miudinha que ela tinha medo de bater e a mãe dela fazia assim também, pois minha mãe era a caçula e muito dengosa como eu. Não resolvia muita coisa, pois quando meu irmão me achava de jeito descontava a surra em mim, mas aí ele apanhava novamente de mainha.
Quando eu estudava no turno matutino, eu dava muito trabalho pra acordar, sempre fui muito dorminhoca, mas minha mãe nunca perdia a paciência. Lembro perfeitamente de minha mãe entrar no quarto cantando essa música:
Acorda Luciana que o galo já cantou.
Há muito e muito tempo o sol se levantou.
Acorda, acorda!
Que o galo já cantou.
Quiquiri quiquri quiquiri quiri!
Quiquiri quiquri quiquiri quiri!
Esses cuidados minha mãe tem até hoje comigo, se perco a hora ela não canta, mas me acorda com delicadeza, somos amigas e confidentes, super companheiras.
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