Seboseira na infância

cabana

Estamos na semana do Dia da Criança, daí fiquei recordando como foi minha infância e quero compartilhar aqui no bloguinho, pois dizer que foi uma boa infância é pouco. Sempre morei na mesma casa, na mesma rua, no mesmo bairro. Minha rua não era asfaltada e não tinha nem de longe o fluxo de carros como existe hoje, havia muito espaço para correr, saltar, esconder.

Eu adorava brincar de bandeirinha, pega-pega (que chamávamos de dida e pegou-ficou era dida colada), esconde-esconde, casinha, nadar no rio escondida dos meus pais, andar de bicicleta no parque de exposição, subir em árvores pra comer frutas no pé, construir cabanas de palha no quintal de casa, brincar com os bichos. Muitas vezes nem precisávamos ir longe pra aprontar, meu quintal era enorme, então ali mesmo a gente aprontava todas.

Final de semana era sagrado ir à Zorzo tomar sorvete, de noite lanchar no trailer do Gilmar, ou ir na praça da biblioteca brincar no parquinho. Ah, e os desfiles que Nólia inventava muito engraçado, tinha também os grupos de dança, também invenção dela. Nólia foi a pessoa mais criativa que conheci, não deixava ninguém parado, sempre chamava a galera pra agitar, uma época tentou colocar todo mundo em forma, aí combinávamos de acordar às 6h pra ir malhar no parque de exposição, isso durou pouco tempo, acordar cedo não era bem o que gostávamos de fazer. Mas foi divertido enquanto durou.

Certa vez Nólia teve a ideia de construirmos uma casa na árvore, pensamos em fazer na mangueira do meu quintal, minha mãe descobriu e não deixou, então o jeito foi construir no chão mesmo, daí fomos buscar palhas de coco na exposição, construímos o barraco com dois cômodos, fizemos comidinha ruim com gosto de fumaça e um suco de morango desses artificiais de pacotinho, o mais vagabundo que existe, enquanto brincávamos do lado de fora da barraca, Pedrinho (que tem síndrome de Down) só vivia sujinho, as unhas pareciam unhas de peba, catarrento tomou nosso suco e da maneira mais nojenta, enfiando a mão dentro da garra e colocando na boca, quando a gente viu a cena foi aquela gritaria, todo mundo com nojo, não me lembro quem disse algo do alto da sabedoria que a gente podia beber o suco, pois a sujeira fica só no fundo e a gente, claro, bebeu. Eca!!!

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

2 comentários:

Anónimo disse...

Coleguinha como pode beber aquele suco? kkkkk
Que bom lù nós tivemos infancia.

Mundo da Lu Roque disse...

kkkk ué a gente acreditou que a sujeira ficava no fundo, vai dizer que na sua infância não fez porcaria? Obrigada pela participação, espero que tenha gostado, abraços!

Enviar um comentário