Para testar brinquedos, me chame

Um acidente em um parque de diversões no Rio de Janeiro deixou dois adolescentes de 16 e 17 anos mortos e outros sete feridos. As vítimas foram atingidas por um dos carrinhos do brinquedo "Tufão", que se desprendeu enquanto girava no ar. A garota de 17 anos morreu na hora e o garoto faleceu dois dias depois. O caso esta sendo investigado pela polícia do Rio.

Esse acidente me fez recordar quando chegava o parquinho em Barreiras. Na minha rua tinha um espaço enorme que mais tarde construíram uma praça, nesse local costumava ser rancharia de ciganos e também era onde montavam o parque. A meninada da rua ficava alvoroçada sempre que chegava o parque, não tinha nada de novidade, era sempre os mesmos brinquedos e também sempre o mesmo parque que funcionava durante os oito dias de exposição agropecuária, mas para nós era o momento de brincar de graça.

Final de tarde lá estávamos ao redor dos trabalhadores do parque, enquanto eles montavam as estruturas, era tudo muito rápido e logo a gente já podia “testar” os brinquedos. Isso mesmo, quem testava eram nós, crianças longe da supervisão dos pais. Nossos pais nunca foram irresponsáveis, mas entenda que criança cega qualquer um neh, por exemplo, meu pai até hoje dorme muito cedo, às oito horas ele já esta no terceiro sono, já minha mãe é cochilona, basta ela sentar no sofá que ela começa a pescaria, vira e mexe ela saía na porta pra nos vigiar, mas depois entrava, mais tarde outra mãe aparecia e a gente lá brincando longe do perigo, enfim, éramos constantemente vigiadas. Porém como diz o ditado ‘menino foi quem descobriu que o cão tem o pé redondo’, então eu, Amanda, Hogla, Rosa e Neidinha sempre testávamos os brinquedos em troca de ingressos de cortesia durante toda a estadia do parque na nossa rua.

Os testes dos brinquedos eram de acordo com nossa idade, torcíamos pra chegar à idade de testar a roda-gigante, quando isso aconteceu, pra nós foi uma alegria imensa, principalmente quando o brinquedo travava com a gente lá no alto, pra subir mais ainda a adrenalina, ainda balançávamos a cadeira. Às vezes consertavam logo o defeito e outras vezes demorava, nossa única preocupação era de um de nossos pais aparecerem na porta e não nos ver brincando inocentemente. Isso nunca aconteceu, graças a Deus nunca houve nenhum acidente e nenhuma mãe descobriu essas nossas traquinagens, pelo menos até ano passado quando contei pra minha mãe e ela ficou horrorizada, mas riu muito, pois não tinha mais o que fazer.

Que o pessoal do parque era irresponsável, não tenho dúvida, mas que proporcionaram momentos emocionantes pra nós é inegável. Dizem que bêbado e criança têm muita sorte, somos prova disso.

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1 comentários:

Daniela Carvalho disse...

doida eu sei que você é, mas desde criança essa é novidade. O seu mundo é louco!

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