O tenor e a turista

Muito trabalho e a correria do dia a dia me afastaram do blog, mas estou de volta. Galerinha anda curiosa sobre o romance com o lindo tenor, pois bem, contarei como aconteceu o encontro da formiga com o elefante.

Sabe aqueles dias em que você não está nem um pouco a fim de sair, se arrumar, maquiar e ainda por cima nasce uma espinha enorme no seu nariz... então, eu já tinha passeado muito durante o dia e devido ao frio e o ar seco, eu me cansava bastante e à noite só queria saber de sossegar o facho em casa. Mas Fábio encheu o saco pra ir pra disco, acabou me convencendo.

Fomos para o Favela Vicking e nada da animação me visitar, mas conheci um cara gente fina, o Joca que é brasileiro de Roraima e produtor dos melhores babados de Estocolmo. Depois fomos para o Imperiet e lá o sono tomou conta de mim e de Nólia, ficamos as duas bocejando, desejando nossas respectivas camas, então intimamos Fábio para irmos embora.

Nessa hora surge um gigante lindo, olhos azuis, cabelos caindo sobre os olhos maravilhosius e do alto de seus dois metros, se aproximou de mim e se apresentou. O quase nada de sueco que sei, não ajudou muito, daí Nólia se apresentou e ficou de papo com ele, apesar da beleza do sujeito, eu só queria ir pra casa dormir. E o cara insistindo em falar comigo e eu chata, emburrada, eu com sono fico totalmente antissocial.

Daí que Nólia vira pra mim e fala que o cara queria me conhecer melhor, que me achou linda e se podia me acompanhar até em casa. Não permiti, mandei-a dispensar o gigante, pois eu estava muito cansada e não queria que ele nos acompanhasse, mas ele insistia em me levar pelo menos até a estação do metrô. Deixei após muita insistência dele e de Nólia.

Já na rua ele se vira pra mim e diz, “És bela”, então ele tentou se comunicar comigo em inglês, francês e italiano, até que o italiano eu consegui compreender alguma coisa. Sabia que as novelas da plim plim seriam úteis um dia (risos).

Ele me deu o cartãozinho dele e para minha surpresa, o moço tem o mesmo nome do meu pai, Joakim (pronuncia-se Ioakim) e é tenor, me pediu meu número e eu dei o número de Nólia. Ele me pediu um beijo e eu dei, mas sem nenhuma empolgação. Chegando à estação, ele me diz que desde que eu cheguei na Imperiet que ele não conseguia tirar os olhos de mim, que eu era linda, que queria me ver novamente. Pra completar, cantou trechos de músicas clássicas pra mim com seu vozerão lindo, nos despedimos e fui para casa.

Na noite seguinte ele telefonou me convidando para sair, não fui, pois estava num jantar na casa de amigos. Nólia marcou outro dia e apenas me comunicou. Eu não queria vê-lo novamente, o cara era muito alto e eu ficava com vergonha da diferença de altura e a dificuldade do idioma, mas Nólia insistia que eu deveria conhecê-lo melhor e tal. Assim, mesmo contra minha vontade, fui ao encontro e olha valeu a pena. Durante minha estadia em Estocolmo, fomos ficando e gostando.

Joakim é muito divertido, inteligente e muito, muito carinhoso, romântico e atencioso. Minha amiga Denise viu nossa foto juntos e comentou, “Acho que ele se abaixou pra amarrar o sapato e te viu”, contei essa pra Joakim e ele se acabou de rir e toda hora se abaixava fingindo amarrar o sapato. Nossa despedida foi tristinha, ele cantou Con Te Partirò e na estação me disse, “Addio meus olhos lindos”, parti com o nó na garganta e os olhos marejados. Pensei em todos os nossos momentos juntos, o esforço dele de aprender português e como era engraçado a mistura que ele fazia com os idiomas pra se fazer entender. Fui muito feliz ao lado dele, aprendi muita coisa com ele. Agora nos comunicamos via Skype, mas não é a mesma coisa, sinto falta da presença dele, não sabemos ainda quando e se vamos nos reencontrar outra vez, mas nosso romance já valeu muito a pena, intenso e ao mesmo tempo suave, leve. Pareceu-me um conto de fadas. Joakim me fez tão bem.

Tenor

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2 comentários:

Anton Roos disse...

Vocês vão se ver de novo, ah se vão...

Mundo da Lu Roque disse...

Se for da vontade de Deus, amém, pois eu desejo muito este reencontro rsrs. Um abraço Anton!

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