Para adoçar a vida

açúcar

Adoro açúcar, sou meio formiguinha para doces. Não curto adoçante, aquele amargo no finalzinho estraga qualquer alimento. Uma amiga minha, a Carina sempre me conta algumas pérolas do avô dela, seu Silvestre Pereira Ribeiro ou como era mais conhecido em Barreiras por seu Siliveste.

Ele já faleceu, porém deixou histórias hilárias que vou contando aqui.

Seu Siliveste era um senhor alto e forte que tinha uma deficiência física, mancava de uma perna, acredito que era sequela de paralisia infantil. Gostava de manter sempre o bigode e era muito galanteador, casado com Oscarina Rodrigues de Oliveira e nem por isso deixou de ter seus casinhos na rua.

Ele era comerciante, gostava de um bom bate papo e não perdia a oportunidade de paquerar a mulherada pela feira. Havia uma barraca de uma senhora que vendia cafezinho e sempre seu Siliveste passava por lá pra tomar café e cantar a dona da barraca, daí ele pedia o café e experimentava. Com expressão séria no rosto e querendo se mostrar um homem refinado, ele comentava sobre o café “Muito dócil”, ou se estava sem açúcar ele dizia “Pouco dócil”.

Com esse muito dócil e pouco dócil, ele tomava quase toda a garrafa de café.

Valeu Ca, seu avô não passou pela vida e sim VIVEU plenamente.

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Resto de pariçao

bebê

Alguns engraçadinhos da minha família me chamaram de resto de parição, por eu ser a caçula e ainda por cima a mais mirradinha da casa. Nunca gostei dessa brincadeirinha infame.

Esta semana, fui até a costureira com a minha mãe e papo vai, papo vem, minha mãe e Vânia [costureira] começaram a trocar figurinhas sobre partos e aí minha mãe contou de um aborto espontâneo que teve. Nesse período minha família ainda morava em São José do Rio Grande, onde não tinha posto de saúde e médico raramente ia lá por meio do exército, então não tinha esse negócio de pré-natal. Parto quem fazia era parteira, inclusive tinha uma lá muito sábia, dona Maria de Dodô, quando a gestante estava sendo examinada por ela, sempre perguntava qual seria o sexo do bebê, ela tinha um olhar de ultrassom e respondia na lata sem pestanejar “Se não for homem, é mulher”.

Então, minha mãe disse que estava grávida do que seria o sexto filho com + ou - uns três meses de gestação, porém a barriga não crescia e ela tinha enjoos e febre. Daí ela veio à Barreiras e se consultou com um médico que receitou umas vitaminas pra ela e recomendou repouso. Retornou para casa, dias depois começou a sangrar, pediu ajuda à parteira, mas não teve jeito, minha mãe perdeu a criança. Ela conta que viu umas costelinhas parecendo de galinha e o feto já estava todo esbagaçado, isso foi em 25 de dezembro, minha mãe passou muito mal desse aborto, quase morreu, ela se lembra do quarto cheio de gente e a parteira tentando salvar a vida dela, aí uma mulher lembrou de fazer minha mãe beber leite materno e mainha, já mais pra lá do que pra cá, ouviu e falou que não bebia de jeito nenhum, então fizeram umas tiradas embebidas no leite materno e amarraram nos pulsos e tornozelos da minha mãe, e não é que funcionou, minha mãe melhorou mesmo.

Em janeiro minha mãe disse que a menstruação dela veio normal, porém teve cólicas horríveis. Já em fevereiro ela teve novamente hemorragia e viu uma casquinha no meio do sangue parecendo casca de tamarindo, a parteira viu e disse que era o crânio do bebezinho que ela havia perdido em dezembro, com os remédios caseiros expulsou tudo, ou quase tudo.

No mês seguinte, em março, a menstruação dela faltou, pronto ela já estava grávida novamente e adivinhem de quem… acertou quem pensou em euzinha aqui.

Aí esta a certeza, sou mesmo um resto de parição.

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Para testar brinquedos, me chame

Um acidente em um parque de diversões no Rio de Janeiro deixou dois adolescentes de 16 e 17 anos mortos e outros sete feridos. As vítimas foram atingidas por um dos carrinhos do brinquedo "Tufão", que se desprendeu enquanto girava no ar. A garota de 17 anos morreu na hora e o garoto faleceu dois dias depois. O caso esta sendo investigado pela polícia do Rio.

Esse acidente me fez recordar quando chegava o parquinho em Barreiras. Na minha rua tinha um espaço enorme que mais tarde construíram uma praça, nesse local costumava ser rancharia de ciganos e também era onde montavam o parque. A meninada da rua ficava alvoroçada sempre que chegava o parque, não tinha nada de novidade, era sempre os mesmos brinquedos e também sempre o mesmo parque que funcionava durante os oito dias de exposição agropecuária, mas para nós era o momento de brincar de graça.

Final de tarde lá estávamos ao redor dos trabalhadores do parque, enquanto eles montavam as estruturas, era tudo muito rápido e logo a gente já podia “testar” os brinquedos. Isso mesmo, quem testava eram nós, crianças longe da supervisão dos pais. Nossos pais nunca foram irresponsáveis, mas entenda que criança cega qualquer um neh, por exemplo, meu pai até hoje dorme muito cedo, às oito horas ele já esta no terceiro sono, já minha mãe é cochilona, basta ela sentar no sofá que ela começa a pescaria, vira e mexe ela saía na porta pra nos vigiar, mas depois entrava, mais tarde outra mãe aparecia e a gente lá brincando longe do perigo, enfim, éramos constantemente vigiadas. Porém como diz o ditado ‘menino foi quem descobriu que o cão tem o pé redondo’, então eu, Amanda, Hogla, Rosa e Neidinha sempre testávamos os brinquedos em troca de ingressos de cortesia durante toda a estadia do parque na nossa rua.

Os testes dos brinquedos eram de acordo com nossa idade, torcíamos pra chegar à idade de testar a roda-gigante, quando isso aconteceu, pra nós foi uma alegria imensa, principalmente quando o brinquedo travava com a gente lá no alto, pra subir mais ainda a adrenalina, ainda balançávamos a cadeira. Às vezes consertavam logo o defeito e outras vezes demorava, nossa única preocupação era de um de nossos pais aparecerem na porta e não nos ver brincando inocentemente. Isso nunca aconteceu, graças a Deus nunca houve nenhum acidente e nenhuma mãe descobriu essas nossas traquinagens, pelo menos até ano passado quando contei pra minha mãe e ela ficou horrorizada, mas riu muito, pois não tinha mais o que fazer.

Que o pessoal do parque era irresponsável, não tenho dúvida, mas que proporcionaram momentos emocionantes pra nós é inegável. Dizem que bêbado e criança têm muita sorte, somos prova disso.

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Ser vaqueiro é ser um herói


Desde criança aprendeu a ser temente a Deus, respeitar o pai e a mãe e um duro ofício: lidar com o gado numa região onde a chuva, que faz brotar o alimento do gado e também do homem, muitas vezes demora a chegar. Ser vaqueiro é viver em condições opostas, em intervalos de horas felizes e horas cruéis, de abastanças e misérias. Sobre a cabeça, a ameaça perene, o Sol.

Torna-se homem sem nem ao menos ter sido criança. Da infância escarrerando no pó do terreiro de casa, à vida adulta entre espinhos e galhos secos do campo atrás do boi que teima em se embrenhar mais e mais na mata seca. É um forte, esperto, resignado e prático. Cedo esta pronto para a luta.

Suas vestes são uma armadura. Envolto no gibão de couro curtido, calçando as perneiras também de couro das pernas até a virilha, o indispensável chapéu, as luvas também de couro e botina.

Raça forte e antiga. Nunca desiste da batalha. Correndo atrás do boi não há pedra, coivara, espinho ou barranca de rio que lhe impede alcançar o garrote desgarrado, porque por onde passa o boi passa o vaqueiro com o seu cavalo. Vaqueiro e cavalo não são mais duas criaturas distintas, tornam-se um único ser, seguem o boi até os confins, ao se aproximar do boi, o vaqueiro deita-se de lado da sela com uma mão se segura nos arreios e com a outra agarra o garrote pela cauda, derruba-o no chão e a poeira sobe. Pula do lombo do cavalo, seu cúmplice, e com uma corda peia o animal, coloca o chocalho e encerra a fuga.

É um veterinário formado na lida diária, aprendeu com o avô ou com o pai. Se a bicheira faz vítima entre o rebanho, sabe o que é mais eficaz que o mercúrio: a reza. Nem se quer precisa de ver o animal doente. Reza na direção em que o animal se encontra. Cura-o pelo rastro.

A hora do descanso é embalada em rede, contando aos colegas de ofício e aos pequenos as peripécias da vaquejada, comendo uma saborosa paçoca de carne seca acompanhada de largos tragos de cachaça. Corpo cansado, mas espírito tranquilo por mais um dia de intensa batalha vencida e amanhã é outro longo dia sob o sol imperdoável.

Baseado em fatos reais (sou neta e filha de vaqueiro) e na obra Os Sertões de Euclides da Cunha.



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Batizando bichos, coisas e afins

Dar nome aos bois não é assim tão simples, pelo menos para mim. Colocar nomes em bonecas e animais de estimação era um exercício de observação. Ficava tentando encontrar uma semelhança com alguma pessoa conhecida e assim poderia batizar a boneca com o mesmo nome da pessoa em questão, esse também era meu critério para dar nome aos bichos.

Mas para meu criativo pai, colocar nome em animais, coisas ou pessoas sempre foi muito simples. Certa vez, o primo de minha mãe nos deu de presente um cachorro lindo, da raça Fila, meu pai [muito sabido] colocou o nome do cachorro de Fila. 

Outra ocasião, meu tio possuía um sítio e estava em busca de um cavalo para ajudar nos trabalhos do campo, meu pai [muito solícito] informou que conhecia um senhor que estava vendendo um ótimo cavalo, baratinho, baratinho. Então foram lá conhecer o tal cavalo, quando meu tio viu se assustou com o estado do animal e disse:

- Esse cavalo tá pra lá de Bagdá!

E meu pai conseguiu fazer meu tio comprar o animal mesmo assim e ainda deu nome para o bicho: Bagdá.
Recentemente, pai precisou adquirir um cavalo para percorrer trecho lá para as bandas do rio Branco, daí fez uma troca com um amigo, meu pai trocou o celular dele pelo cavalo. Adivinha o nome do cavalo? Acertou quem pensou Celular. 

Fiquei pensando como tive sorte por minha mãe escolher o nome Luciana para mim. Se deixasse por conta do meu pai, tenho até medo do que viria, acho que por ser a caçula, a rapinha do tacho, talvez ele teria me batizado de Caçula, ou como nasci de um parto cesariana, quem sabe, Cesária. 

Aff, escapei por pouco.

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Um dia de merda

Autor: Luiz Fernando Veríssimo (verídico)


Aeroporto Santos Dumont, 15:30. Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse. Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. “Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranquilo”. O avião só sairia às 16:30h.

Entrando no ônibus, sem sanitários, senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: “Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro”. Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda. O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante: “Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido às obras na pista”. Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas.

Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada. Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal. Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério: “Cara, caguei”.

Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle. “Que se dane, me limpo no aeroporto” – pensei. “Pior que isso não fico”. Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar e, sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Dessa vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado. Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez.

Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada. Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e, entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco.
Olhei para cima e blasfemei: “Agora chega, né?” Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.

Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o “check-in” e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. Ele tinha despachado a mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de gola “V”. A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.
Desesperado, comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. Minha cueca joguei no lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis e, assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar. Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu.

Estava pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola “V”, sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando “O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO” e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria. A aeromoça se aproximou e perguntou se precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: “Nada, obrigado. Eu só queria esquecer este dia de merda!”

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Criatividade humana

Não canso de me surpreender da imensa criatividade humana, tudo é motivo de deboche ou como dizemos aqui em Barreiras, tudo é motivo de resenha e aqui há tanto tempo não temos inauguração de nenhuma obra pública que mereça \0/ que maravilha!! Em dezembro viajei de férias para Petrolina-PE, conheci também Juazeiro e Sobradinho - BA c/ aquela barragem de tirar o fôlego.

O lago artificial de Sobradinho é o segundo maior da América Latina.
Impossível não fazer comparações entre as duas cidades irmãs, de um lado do Velho Chico: Petrolina com suas avenidas largas, limpinhas e do outro: Juazeiro com suas ruas estreitas e intenso movimento nos bares.

Como o pessoal, tanto de Juá como de Petrolina, costuma dizer, Petrolina é bom pra trabalhar e Juazeiro pra curtir rsrs, eu particularmente estava de férias, então curtir bastante os dois lados da ponte entre a Bahia e o Pernambuco. Adorei os dois municípios, já minha querida Barreiras esta completamente abandonada, ruas esburacadas, lixo, esgoto a céu aberto, enfim uma calamidade total. Mas o que eu quero compartilhar é uma obra de nome engraçadíssimo que vi em Petrolina, é o 'Monumento da Besteira', não sei até hoje o nome real dessa obra, porém ri muito do batismo popular. São umas pilastras de concreto bem altas e... nada mais. 

Me disseram que lá no alto nas colunas, quem passa de avião vê a localização da cidade, como não tive o prazer de passear de avião por lá e nem tenho asas, só me resta acreditar que aquilo tem uma utilidade. O povo é que não perde a oportunidade de fazer uma graça, parei e fiz umas fotos, mas minha câmera não é muito boa, principalmente para fotos noturnas.
Esse é o 'Monumento da Besteira', esta até bonitinho por conta das luzes de Natal, mas pense aí nesse negócio sem a decoração, não tem nenhum atrativo, mas serviu de inspiração para a galera cair matando na resenha.

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Na feira tendtudo


Não sou muito fã de feira, devido ao barulho dos vendedores que disputam fregueses aos berros:

- Dois por cinco, dois por cinco!
- Ô mulher sabida, compra barato na feira pra enganar o marido!
- Mulher tá de cinco, mulher tá de cinco! (Isso pra dizer que roupa feminina custa R$ 5,00)
- Laranja, melancia e abacaxi, na minha mão é mais barato!
- Caiu, caiu, caiu... o preço mulher!

Essas e outras pérolas são comuns ouvi-las durante um passeio na feira. Apesar dessa gritaria eu frequento feira, prefiro ir na feira da Vila Rica, não há nenhum motivo especial, apenas por ser aos domingos. A falta de estrutura física para os ambulantes comercializarem seus produtos não é novidade, lama, poeira e calor fazem parte do ambiente, mas é divertido. Tenho um ex-professor e amigo que adora fotografar feiras e também pra aproveitar e tomar litros de suco de laranja. 

O bacana da feira é que você encontra de tudo um pouco, desde alimentos, roupas, calçados, bebidas e muita gente conhecida, é um bom local para reencontrar aquela pessoa que você não estava nem um pouco afim de ver rsrsrs.

E tem as facilidades também, você pechincha e o preço cai. Falando em facilidades, tem os pacotinhos com abóbora já descascada e cortadinha, misturada ou não com o quiabo, mandioca descascada, couve cortado em tirinhas e até cana-de-açúcar descascada e cortada em pequenos pedaços. O que fez lembrar minha doce infância, eu era uma máquina de moer cana, descascava e devorava metros e metros de cana. Hoje com a correria cotidiana, se quero desfrutar daquele sabor vou até uma barraquinha e compro um copo de caldo de cana, é mais prático e rápido sim, mas quando criança achava tudo divertido, nunca me cortei e era especialista em relotar os gomos.


Voltando à feira, uma chatice é tropeçar nas sobras dos produtos jogados de qualquer jeito em meio as barracas, e também tropeçar em bêbados, como tem bêbado na feira! E aquelas músicas bagaceiras tocando em várias barracas, cada uma com o som bem alto, eita lelê!

Na feira é legal que você presencia cenas engraçadíssimas e não precisa pagar para entrar, como uma moça gordinha tentando experimentar uma calça jeans, quatro números menores do que o manequim dela ou os versinhos poéticos dedicados às mulheres que passam e ainda as super ofertas. 
Ir à feira livre é um momento de aprendizado, economia e diversão garantida.



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